TEXTO – O que é ACP ?

O que é, ou o que se entende por ACP?

ACP são as iniciais de Abordagem Centrada na Pessoa. Com a intenção de esclarecer os que não estão informados sobre o que isso significa, transcreverei, nas linhas abaixo, o verbete que trata deste tema no livro Abordagem Centrada na Pessoa – Vocabulário e Noções Básicas, de autoria de Sérgio Leonardo Gobbi e Sinara Tozzi Missel, Tubarão – Santa Catarina, Br.: Ed. Universitária, UNISUL, 1998.

“ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

Termo atual designativo da corrente de pensamento psicológico criado por Carl ROGERS. Esta expressão é fruto de toda uma evolução de suas ideias e de suas formulações, tendo sido usada pela primeira vez em 1976 (Bozarth, 1989) e formalizada em 1977, com a publicação de Carl Rogers on Personal Power, e representa, antes de tudo, uma modificação na aplicação das teorias de Rogers aos mais diversos campos.

A nomenclatura da perspectiva rogeriana passa por uma evolução; desde o ‘aconselhamento não-diretivo’, passando pela ‘psicoterapia não-diretiva’ (primeira fase do pensamento de Rogers); evoluindo para a  ‘psicoterapia centrada no cliente’  (formulação que se tornou a mais conhecida de Rogers): alcançando a nomenclatura de ‘psicoterapia experiencial’,  até chegar à  ‘abordagem centrada na pessoa’”.  


Nesta evolução, as ideias de Rogers, tendo sido propostas inicialmente para o campo psicoterapêutico, foram ocupando espaços em campos diversos, tais como Organizações, Educação, Escolas, Grupos (pequenos grupos ou workshops de grandes grupos), tendo-se expandido para aplicação à resolução de conflitos e, ainda, à formação, à transformação e ao desenvolvimento de culturas (isso leva Rogers a ser conhecido pelo “ensino centrado no estudante”, ou outras designações).
Convém assinalar que, antes de ser uma mera mudança de nomenclatura, as variações nominais referem-se a clarificações da própria perspectiva teórica e prática de Rogers.

A Abordagem Centrada na Pessoa deve ser considerada, conforme assinalara Rogers no título de uma de suas principais obras, como “Um Jeito de Ser”.


“A Abordagem Centrada na Pessoa não é uma teoria, uma terapia, uma psicologia, uma tradição. Não é uma linha, como por exemplo, a linha Behaviorista.
Embora muitos tenham notado um posicionamento existencial em suas atitudes, e outros se tenham referido a uma perspectiva fenomenológica em suas intenções, não é uma filosofia. Acima de tudo, não é um movimento, como, por exemplo, o movimento trabalhista. É meramente uma abordagem; nada mais, nada menos. É um ‘jeito de ser’” (Wood, 1994:111).


Neste sentido, a Abordagem Centrada na Pessoa, que teve a Terapia Centrada no Cliente como a primeira de suas aplicações, pode ser entendida como uma perspectiva positiva de vida (Wood, 1994), como uma atitude básica ou uma filosofia de atitude (Holanda, 1993), atitude esta que se transforma numa “filosofia básica” (Rogers, 1987a), ou mesmo numa filosofia de vida (Bowen, 1987).
A Abordagem Centrada na Pessoa se baseia, fundamentalmente, numa crença na potencialidade interna dos organismos (Tendência Atualizante) e num respeito pela individualidade e singularidade humanas”.

 

 

 

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