Jlbelas agosto de 2022
Impressionou-me a “determinação” de duas árvores que conheço há muitos anos.
Todos os dias , quando vou para o meu trabalho, passo perto delas e fico admirado pensando em como conseguiram sobreviver a condições tão adversas.
Aprendi, há muitos anos atrás, que os seres vivos são dotados de uma força que os move na direção do crescimento e desenvolvimento. Há neles uma tendência natural para crescer, desenvolver-se e melhorar. Todavia, sempre a gente pensa que, para tal crescimento ocorrer, é preciso que existam condições favoráveis especiais. Certamente, havendo as tais condições, é mais fácil a gente entender o desenvolvimento daqueles organismos. Mas, quando a condições são precárias, tal entendimento não é tão fácil.
Assim acontece com essas duas árvores que têm me chamado a atenção.
As duas foram profundamente maltratadas. Seus galhos quebrados sucessivamente. Eram quebrados e, quando novos galhos cresciam, novamente os quebravam. Isso ocorreu por anos seguidos. Sempre pensei que deveria ser obra de alguém muito desajustado que, por algum motivo que não faço a menor ideia, agredia aquelas árvores que viviam próximas uma da outra.
Meu coração ficava em pedaços quando, ao passar por perto de onde elas viviam, constatava que, mais uma vez foram impiedosamente agredidas.
Desde o primeiro momento em que me deparei com essas minhas queridas amigas quebradas, maltratadas, passei a olhar, mais atentamente, para elas , todos os dias que eu por la andava.
Cada dia, pós agressão sofrida por elas, ficava torcendo para que reagissem, fossem resistentes e não se abatessem.
Comecei a observar que, depois de algum tempo, uns tímidos ramos começavam a surgir e a ganhar força e tamanho. Aos poucos elas recuperavam-se daquele trauma e começavam a ganhar, novamente, o formato de suas espécies.
Mas, para tristeza e desespero meus, assim que elas voltavam a “renascer”, seu carrasco voltava a ataca-las e quebrava, novamente, seus novos galhos.
Esse gesto insano do tal carrasco aconteceu por mais de quatro vezes com uma delas. Bastava que ela se recuperasse um pouco e ele a destruía novamente.
Mas, talvez minhas preces tenham sido ouvidas, chegou um momento em que aquela tortura acabou. O carrasco desistiu, ou se mudou de casa, ou…, sei lá o que,e as minhas amigas sobreviveram.
Vê-se nelas as marcas das agressões sofridas. Foram muitas!!
Vê-se, nelas, marcas de suas lutas pela sobrevivência.
Elas me inspiram reforçando em mim o que há muito ouvi dizer sobre nosso potencial para crescer, superar, mesmo que tudo possa parecer uma situação sem saída, o fim…
Essas árvores não se abateram! Lutaram com tudo o que tinham para continuar vivendo e realizar sua natureza.
Elas enfrentaram a dor, os ataques, a perda da beleza, sem se deixarem abater. Usaram do pouco que lhes restou para com ele retomar o caminho que lhe era destinado.
Tenho visto, quase todos os dias, essas árvores crescerem. Elas, em sua quietude e singeleza, me dão uma enorme lição. Parece me dizerem : vá em frente!!! Faça como nós!! Nunca duvide de seu potencial para realizar a vida!