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J.L.Belas
2020
Sinto saudade do tempo em que, lá na escola onde eu estudava, cantávamos o Hino Nacional todas as manhãs, antes de as aulas começarem, ao mesmo tempo em que a Bandeira Brasileira era hasteada. Som e imagem, que se misturavam e nos identificavam, nos davam nome, faziam a gente existir de uma maneira tão profunda que precisaríamos de muitos anos de vida (agora eu sei) até podermos perceber onde esta identidade mora. O lugar dela é em algum pequeno espaço, bem reservado, do nosso coração. Um lugar especial, aconchegante, quieto, solitário, mas luminoso. Tão luminoso que, ao entrarmos nele, mesmo que levemos, cá de fora, a escuridão, ela se esvai, e nossa vida fica repleta de cores e luzes. Nossos olhos brilham, nosso rosto se enfeita de sorrisos e nossa alma flutua nas nuvens.
No tempo da escola, como falei, ficávamos em fila, quietos, em reflexão, ouvindo e cantando nosso “Canto Maior” e admirando nosso “Símbolo Maior”.
Havia respeito e emoção, só comparáveis àquele igualmente digno de tais sentimentos: o momento no qual uma criança nasce.
É! Ali, naquele momento, algo nascia. Todos os dias nascia em nós um NÓS! Nós, um povo. Nós, uma nação. Nós, uma irmandade. Nós, uma união. Nós, uma força indefinível através de palavras, mas sentida no fundo do nosso coração.
Até hoje, ao ouvir ou ao cantar o Hino e ao ver a Bandeira ser hasteada, uma vibração, um tremor, uma emoção e tantos outros sentimentos, me tomam por inteiro. É como se, mais uma vez, eu estivesse diante de um nascimento, o de MIM MESMO, ou como se eu experimentasse um “re-nascimento” de um EU, meu, CIDADÃO BRASILEIRO. Orgulhoso de seu país, de seu povo, de ter nascido nesta terra.
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HINO NACIONAL DO BRASIL